APRESENTAÇÃO de MAQUETES SEMI-PROFISSIONAIS de INSTALAÇÕES AGROPECUÁRIAS

 JEAN HERLLINGTON A. MONTEIRO

O evento foi realizado na última quarta-feira, dia 21 de dezembro de 2022, trazendo resultado visual e prático relativo aos variados assuntos abordados em sala de aula da disciplina Desenho Técnico, Topografia e Construções Rurais, através da exposição de maquetes.

Sob orientação do Prof. Dr. Jean Herllington Araújo Monteiro, 19 alunos do 2º ano do curso Técnico em Agropecuária do IFPI/ campus Cocal confeccionaram quatro maquetes com os seguintes temas: Aviário (criação de aves de corte), Aviário (criação de aves de postura), Aviário ecológico (criação de aves de postura) e Pocilga (criação de suínos de corte). Antes da exposição, os quatro grupo de alunos desenvolveram o croqui e a planta baixa de cada instalação contendo as principais áreas: berercário, recria, cria, setor de finalização, baias de desenvolvimento, setor de alimentação e escriório.

De acordo com o professor responsável, a ideia surgiu da necessidade de por em prática os conhecimentos de desenho técnico, da topografia e das construções rurais discutidos ao longo das aulas, incentivando os alunos a criarem croquis e a desenvolverem fisicamente as instalações, mesmo que em um tamanho reduzido, respeitando as características e especificações construtivas de cada instalação agropecuária. Nos trabalhos de criação, destacaram-se a criatividade em reutilizar diversos materiais para a confecção das maquetes (reciclagem), o empenho dos alunos, o trabalho em equipe e a definição dos principais setores de cada instalação.

Ao término dos trabalhos, as maquetes foram doadas ao laboratório de agricultura/campus Cocal para apreciação didática.

OFICINA de HAICAI

JOSÉ BRENO

Folhas de uma árvore
Caem com o vento
Pingos de chuva no chão

§

HÁVYLA LAVIGNE

Um rio
Cachoeira alta
Barulho de água corrente

§

ANTÔNIO KAUÃ

A nuvem passa
O sol se esconde
A sombra aparece

§

DANIELE

Um pássaro
Galho frágil e seco
Um voo sem medo

§

LETÍCIA

O clima mais quente
As árvores menos verdes
As águas mais sujas

Durante uma das aulas no segundo semestre de 2022, nas turmas de 2º ano dos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio do IFPI Campus Cocal, o professor Adriano Lobão ministrou uma breve oficina de introdução à poesia japonesa através do haicai. Os poemas aqui apresentados foram escritos pelos alunos, em sala de aula, durante a oficina.

Ilustração | José Breno

O QUE SÃO DIREITOS CULTURAIS?

Um olhar para o templo de Nossa Senhora do Rosário, no lugar sítio Frecheiras, localizado no município de Cocal-PI

CATARINA NERY DA CRUZ MONTE
JOÃO ARAÚJO PASSOS

VIVEMOS EM UMA ÉPOCA em que os ideais de direitos humanos se deslocam entre os mais diversos ramos de estudo, construindo e reconstruindo novos diálogos, os quais nos levam ao debate, dentre outros temas, sobre direitos fundamentais e direitos culturais. No presente texto apresentamos a temática dos direitos culturais e de como eles ganharam relevância ao longo dos anos, após guerras e conflitos mundiais, tendo seu reconhecimento ampliado, repercutindo, inclusive na forma de compreender o que é Cultura.

Nesse cenário de modificações, partimos da ideia central de que direitos culturais são direitos humanos de caráter fundamental, e como tal, devem ser protegidos, resguardados e assegurados através de políticas públicas efetivas. Utilizamos o templo de Nossa Senhora do Rosário, no lugar sítio Frecheiras, localizado no Município de Cocal-PI, como um lócus específico de representação de direitos cultuais locais, apresentando seus elementos caracterizadores e a necessidade de sua proteção. A pesquisa tem base teórico-bibliográfica e documental, e os dados foram analisados buscando compreender o contexto social no qual foram inseridos.

Os resultados apontam para a necessidade do reconhecimento dos direitos culturais em uma perspectiva ampliada, para além de meras representações, mas como verdadeiros direitos fundamentais, o que reforça a necessidade de utilizarmos instrumentos legais de proteção e preservação, entre eles o tombamento.

[LEIA O ARTIGO COMPLETO]

CATARINA NERY DA CRUZ MONTE é doutora em Políticas Públicas, pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Mestra em Políticas Públicas pela UFPI. Professora efetiva do Instituto Federal do Piauí (IFPI). catarina.nery@ifpi.edu.br

JOÃO ARAÚJO PASSOS é especialista em História do Brasil pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), Especialista em Gestão Pública pelo Instituto Federal do Piauí (IFPI). Professor Efetivo do Estado (Seduc-PI).

Ilustração | Adriano Lobão Aragão

O LEGADO DA FLOR

JOSÉ BARBOSA

A flor que brotou da tua rude mão

(Efêmera flor)

Quase ninguém a viu.

Somente os que se dão ao trabalho de contemplar a vida.

Parecia só ornamento, mas deu de beber aos passarinhos.

Parecia transparente de tão branca, mas coloriu um pouco mais o jardim dos homens.

Parecia silenciosa, mas orquestrou uma sinfonia de trinados.

Parecia triste, mas no fim daquela tarde alegrou um coração.

 

JOSÉ BARBOSA DA SILVA é licenciado em Pedagogia, Letras, Teologia/Filosofia. Especialista em Docência do Ensino Superior e em Legislação Educacional. Mestre em Educação e em Letras, professor de disciplinas de formação pedagógica do IFPI – Campus Cocal. E-mail: josebarbosa@ifpi.edu.br

Ilustração | Hávyla Lavigne

CONHEÇA-ME

FLAVIANA DE CASTRO

Minha vida é um texto sem coesão,
Cheia de pronomes indefinidos,
Cada verbo é núcleo de uma frase vazia,
Os porquês surgem denotativamente
Sempre atraídos por um termo solto.
Talvez eu seja um sujeito sem predicado,
Sem exigir nenhum complemento,
Com uma intransitividade fora do comum.
Não sei.
E a conjugação desse verbo (saber)
É sempre em primeira do singular.
Os meus objetos de desejo
Não são nem diretos nem indiretos.
São apenas objetos
Porque meus adjuntos adnominais
Já não me caracterizam.
Estou me sentindo um agente da passiva
Ou talvez um verbo no particípio.
Não sei.
E a conjugação desse verbo (saber)
É sempre em primeira do singular
Porque minha vida é um texto sem coesão.

FLAVIANA DE CASTRO é professora de língua portuguesa do Instituto Federal do Piauí

Ilustração | Marina Brito